No Dia do Motorista, celebrado em 25 de julho e também consagrado a São Cristóvão, padroeiro dos condutores, a história de Ronaldo dos Santos, motorista da Movecta, simboliza a garra, o amor e o compromisso que movem milhares de profissionais pelas estradas do Brasil. Por meio da sua trajetória, rendemos uma homenagem a todos os caminhoneiros que mantêm o país em movimento.
Ronaldo não nasceu caminhoneiro, mas traz no sangue a vocação herdada do pai, que também viveu a estrada e hoje está aposentado.
“Trabalhava na área da Segurança, mas sempre gostei da profissão. Meu pai era caminhoneiro e meus irmãos também estão na área. Foi uma escolha com raízes”, conta ele.
Com determinação, trocou de habilitação, fez os cursos necessários e iniciou a nova carreira em uma transportadora de Paulínia. Já são 17 anos de estrada, sendo os últimos oito dedicados à Movecta.
Motivação: a família é o motor
Ao falar sobre o que o move, Ronaldo é direto:
“Minha motivação é a minha família. Sou casado, tenho uma filha de 20 anos e um filho de 13. São eles que me fazem seguir viagem todos os dias.” Mesmo com os desafios da estrada, ele encara a profissão com amor. “Não me vejo fazendo outra coisa. Sou, com muito orgulho, motorista de carreta.”
A estrada, porém, não é feita só de paisagens. Tem seus perigos e histórias que ficam.
“Um dia, subindo a Anchieta de madrugada, com chuva, uma árvore caiu a uns 4 metros na minha frente. Foi por pouco. Se eu não estivesse atento, não estaria aqui contando essa história. A Ecovias levou 5 horas para retirar a árvore”, relembra.
Em outro episódio, no Rodoanel, evitou um grave acidente jogando o caminhão para o acostamento.
“Estar atento salva vidas.”
Desafios invisíveis aos olhos de muitos
As dificuldades de ser caminhoneiro vão muito além do volante.
“Às vezes, depois de dirigir o dia todo, você chega em um posto e não tem vaga para parar. A gente acaba rodando mais 40, 50 quilômetros para achar um lugar, muitas vezes sem jantar, sem banho, sem descanso”, desabafa.
A saudade da família também pesa, especialmente nas longas jornadas.
“Hoje, com o WhatsApp, tudo ficou mais fácil. Mas lembro de quando meu filho nasceu. Eu estava em Belo Horizonte, sem sinal. Só consegui falar com minha esposa dias depois do parto. Foi duro.”
A beleza da estrada: amizades e liberdade
Apesar dos percalços, Ronaldo encontra beleza em sua rotina.
“O mais legal é que todo dia é diferente. Você conhece gente nova, faz amizade. Uma vez, fiquei dois dias aguardando descarregar em um cliente e nesse tempo fiz amizade com outros motoristas. Quando volto lá, ainda encontro alguns. Isso é gratificante.”
Ronaldo também pede mais reconhecimento da sociedade.
“Muita gente vê o caminhoneiro e pensa que é só um cara dirigindo. Não sabem que tudo o que chega nos mercados, lojas e hospitais, passa por nós. Às vezes escutamos que só sabemos xingar no trânsito, mas poucos entendem o peso que carregamos — literalmente e emocionalmente.”
No Dia do Motorista, celebramos não apenas a profissão, mas o espírito resiliente de quem escolhe a estrada como lar. Ronaldo dos Santos representa, com coragem e paixão, todos os caminhoneiros que enfrentam a distância, o cansaço e os riscos com um único objetivo: fazer o Brasil seguir em frente.
A todos eles, o nosso respeito e agradecimento. Que São Cristóvão continue guiando suas jornadas.